#12 Cadê nossa criatividade de cada dia?
Está em busca da criatividade? Quem sabe a gente pode procurar juntos! Um texto sincero, dicas de livros e me levando para passear.
Sou uma pessoa que gosta de entender as coisas, de racionalizar mesmo.
Apesar de ser super intuitiva, de brisar muito, eu me sinto confortável, segura, quando entendo os porquês.
Imagine a cena: Eu, uma guriazinha de 8 anos, toda encolhida, com medo do dentista, achando sei lá o que, mas nada era bom em meus pensamentos.
A partir do momento que ele me explicou o que iria fazer, até com um livro, mostrando imagens, eu sosseguei e relaxei. Não cem por cento, né? Quem é que relaxa em uma cadeira de dentista, me fala?
Detesto ir em médicos que não conversam e não explicam as coisas. Isso segue para todas as áreas da vida!
Será que foi por isso que fui fazer psicologia? rsrsrsrsrs
Uma questão que tem me mobilizado bastante é entender a tal da criatividade.
Somos todos criativos? Como podemos estimular a criatividade? Como superar um bloqueio criativo?
Desde que me entendo por gente, a criatividade está presente em mim. Ela só adormeceu quando tive minhas crises de ansiedade, o que graças à Deus durou muito pouco tempo.
Eu falava muito sobre este assunto com o pessoal que participava das minhas lives, e meus alunos online, antes da pandemia e depois dela também.
Comecei a pesquisar muito, e hoje estou lendo dois livros maravilhosos.
Um deles, que comprei há anos, mas comecei a ler faz um mês, é o livro A grande magia - Vida Criativa Sem Medo, de Elizabeth Gilbert, a mesma escritora de Comer, Rezar e Amar.
Ainda não terminei, pois estou lendo o livro como se comesse uma sobremesa apetitosa, e gostaria que ela não terminasse nunca. Leio sorvendo cada detalhe, e já tive muitos insights.
Engraçado que o livro ficou na minha cara por mais de 3 anos, e somente agora comecei a ler! Quando digo que tudo tem sua hora…
Já falei da Amanda Mol aqui, uma artista plástica de Varginha, e ela indicou um livro que também estou amando: O Caminho do Artista, de Julia Cameron .
Eu, que sempre amei ler, mas quase parei, voltei a me inspirar nas páginas escritas, que foram a base de minha educação.
Engraçado que, neste segundo livro, a escritora se propõe a ajudar as pessoas a recuperarem seu potencial criativo.
Quando comecei a ler, eu pensei: Mas eu sou/estou criativa. - Conforme comecei a ler, percebi que o livro é a proposta de um encontro com você mesmo.
Neste mundo voltado para fora, a gente olha cada vez menos para dentro. Tudo é uma fuga, especialmente o celular, as redes sociais, e isso ficou muito mais forte em decorrência da pandemia, quando a gente realmente precisava fugir da gente para não enlouquecer.
Percebi nitidamente isto acontecer comigo!
Na primeira semana de isolamento, comecei minhas lives, ou melhor, as intensifiquei. Depois, gravei um curso online de pintura em móveis, cheio de módulos, editei e lancei. Fiz tudo sozinha!
Estas atividades preenchiam meu dia! Eu não queria buscar nada dentro de mim! Eu queria fugir, ser feliz, escapar de tudo que estava acontecendo.
Voltando para hoje, o que vejo são pessoas que, ao invés de conversarem, ficam no celular.
Nos ônibus e metrô, ninguém olha pro lado, é bizarro! Tudo é a tela do celular!
As crianças são “acalmadas” ou silenciadas pelos pais com um tablet.
Quem sou eu pra julgar… Mas, desde o ano passado, tenho questionado muito este modus operandi do que chamavam de “novo normal” (eu detesto este termo, que fique claro).
Me cobro muito para me desapegar de celular, de redes sociais, mas o que antes parecia ser impossível tem se tornado cada vez mais natural. Hoje eu escolho um livro, um passeio, cursos presenciais, até pós vou fazer!!!
Voltando à criatividade, eu acho que estas atividades “zumbizísticas”, como entrar nas redes e não sair mais, porque realmente aquilo nos absorve, matam nossa vontade de criar.
Pra que criar, se tá tudo pronto ali? É só ir mudando os estímulos, subindo a tela, e sou recompensado positivamente!!!
Para que escutar um podcast edificante (como fala minha amiga Giuli
), sair com as amigas, ter um papo cabeça, assistir uma aula e prestar atenção? Dá trabalho né?Foi assim que surgiu o famigerado TikTok e tudo de ruim que veio com ele: ninguém lê nada (nem a legenda), ninguém assiste vídeos com mais de um minuto, ninguém procura nada. O que eu vejo são pessoas sendo influenciadas por pessoas que são influenciadas por outras, e tudo vira um cópia da cópia da cópia.
Assim, a criatividade vai pro espaço né?
No meu meio, o que mais vejo são poucas pessoas com ideias novas, e várias se copiando.
Eu fui cansando tanto disso, que hoje me vejo tão diferente, e fico feliz por ser e estar diferente neste mundo onde todos, ou quase todos, querem ser como alguém que imaginam como tendo uma vida perfeita.
Deus me livre ser chamada de influenciadora. Quero que me chamem de louca, de diferentona, sei lá!
Pensando nisso tudo percebi que minha criatividade também se moldou aos padrões, virando uma criatividade que surfava as ondas: pintura orgânica, chalk paint, pintura em paredes. Mas isso, apesar de ser bacana, e de eu ter criado muito dentro de cada onda, não é o que sou genuinamente.
Nesta semana, estava olhando fotos antigas de meu portfolio, e vi que eu inventava cada coisa doida, e hoje fico só no raso, nas ondinhas que não dão medo, mas também não dão frio na barriga.
Preciso falar uma coisa pra você que está lendo: Nem eu, antes de começar a escrever este texto, tinha noção de tudo isso, mas ficou gigante agora aqui, e tô até com lágrimas nos olhos.
Por isso eu falo, a troca aqui é preciosa!
Criar esta newsletter, escrever (voltar aos textões) quando quase ninguém mais lê, foi o meu maior ato criativo destes últimos tempos, uma onda giga que tô surfando com vontade!!!
Mas eu quero muito mais! Quero criar uma sinfonia, nem que seja só para mim! Quero pintar uma tela toda doida, só para mim!
Quero abraçar você e agradecer por estar aqui e me entender, e se entender também!
Na semana que vem começarei os exercícios do livro O Caminho do Artista. Eu li que tem pessoas que fazem grupo de leitura deste livro.
Se você sentir em seu coração, e quiser fazer um grupo de leitura deste livro comigo e com quem topar, me fala! Vamos? Bora caçar esta criatividade juntos?
Hoje eu estou sentindo uma leveza que há muito não sentia, parece até um alívio, mas nada assim de concreto aconteceu.
Eu já comecei minhas páginas matinais do livro acima, e esta noite sonhei com um ex crush que pintava pacas, era pra mim o cara mais criativo do universo. Peguei bode dele e não o vejo há séculos, mas no sonho estávamos conversando. Acho que estou voltando a falar com meu lado genuinamente criativo.
Sei que este texto pode estar meio louco, mas esta sou eu, e é assim que vou descobrindo as coisas, e me descobrindo nelas.
Não quero levar uma vida medíocre de instagram perfeito! rs
Me conta aqui o que este texto causou em ti! Eu amo nossas trocas!
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Beijos e até a semana que vem!
Vero Kraemer ♥
Li com muito atraso, mas que texto delicioso! Te vi na frente do computador escrevendo em um fluxo de consciência!rsrs
Eu acho que a imaginação anda de mãos dadas com a criatividade, então um livro que me pegou demais quando li foi A Louca da Casa da Rosa Monteiro. A louca da casa é a imaginação e me vi em diversas situações narradas pela autora. É um livro meio autobiográfico dela, então fala muito sobre o processo de escrita e a vida. Recomendo demais!!!
Realmente já vinha percebendo teus novos horizontes, nem tão novos para ti, mas para nós que te acompanhamos são novas possibilidades que nos surgem.
Eu, na pandemia, não senti falta de sair. Sou extremamente caseira, da terra, do chão, das plantas e das flores. Atualmente saio 1 x por semana, de tarde, para aula de mosaico. Só.
Admiro tua energia, vitalidade, alto astral e tua visão de viver!
Tu escreve lindamente e um livro teu seria de fácil leitura, com certeza!
Que esta nova fase te/nos traga grandes e agradáveis surpresas!!
Beijão e bom fim de semana!