#11 Um sentimento de liberdade e realização
O impacto da redescoberta da psicologia em minha vida, a importância do autocuidado, antes de qualquer outra coisa, e uma linda nova exposição
Sabe quando você quer muito algo, e passa a enxergar coisas com o mesmo tema de seu querer em todos os lugares?
Por exemplo: Uma mulher que quer engravidar, começa a ver grávidas em todos os cantos. Uma pessoa que quer comprar um carro da marca X, e começa a ver exemplares deste carro por todas as ruas.
Isso já aconteceu contigo?
Depois que resolvi voltar a estudar psicologia, e que comecei a me ver novamente como psicóloga “de verdade”, parece que todos os caminhos do universo me levam a este tema. Seja em minhas aulas de artes, em minha terapia, nas conversas que tenho com os colegas da academia, tudo me mostra a psicologia, tudo me faz ver como eu amo ser psicóloga, e como me sinto necessária.
Eu olho para estes 20 anos nos quais não exerci a profissão, e que não pensei muito nela, e reflito sobre como consegui a façanha de me desvincular assim de algo que me é tão caro.
Eu sei o que você pode estar pensando: Mas Vero, você nunca deixou de ser psicóloga, seja com seus amigos, como com seus clientes e alunos.
Eu sempre brinco, pois em muitos lugares, uma pessoa começa a falar comigo do nada, e logo está contando algo muito particular. Pode ser até em fila de supermercado, sempre tem alguém!
Uma vez, um cliente me contou sobre sua namorada, e como a conheceu, um papo híper pessoal, sendo que ele nunca havia me visto. Quando parou de falar, ele olhou para mim e disse: Meu Deus, como te falei tudo isso? E eu brinquei: Deve ser porque sou psicóloga? E ri! E ele achou que eu estava brincando.
Sempre que pego Uber, os motoristas me contam A VIDA. Teve um que até chorou, e um que disse: Muito obrigada, eu que deveria te pagar a corrida.
Eu sempre falava para meu psicólogo: Deus manda um por dia. Querendo dizer que, já que eu não exercia a profissão, Deus mandava (e continua mandando) uma pessoa por dia para eu acolher.
Para mim, a maior expressão que resume a psicologia, ou a terapia, em um momento inicial, é o acolhimento. A pessoa chega com uma demanda, mas o mais importante ali é sentir-se acolhida, para que daí possa se manifestar, se sentir segura para falar, se cuidar e ser cuidada.
Vai ver quem vem falar comigo sente este acolhimento e se sente à vontade para falar. Como eu sou “dada”, como diria minha mãe, algo que herdei de minha avó, nós falamos com todo mundo na rua, paramos para conversar e demoramos horas pra voltar para casa.
Voltando ao acolhimento, algo que aconteceu por muitos anos foi que eu acolhi pessoas, mas esqueci de mim, de meu acolhimento e de meu cuidado.
Não sei por que, mas eu realmente não cuidava muito de mim não. Eu fumava muito, comia errado, não fazia exercícios e vivia envolta em relacionamentos tóxicos. Eu gostava de me provocar, me cutucar e viver perdida em pensamentos nebulosos.
Se não fosse a arte, o que seria de mim? Ela era meu equilíbrio, e continua sendo!
Isto tudo já faz tempo, mas conto porque foi uma caminhada lenta que me trouxe até aqui/agora.
Depois que parei de fumar (dia 12/07 farei níver de DEZ ANOS desta liberdade!), fui acometida por crises de ansiedade, que já falei por aqui, e foi nesta época que fui literalmente obrigada a olhar pra mim, me acolher e me amar genuinamente.
Uns 5 anos depois de começar esta jornada de autocuidado, que eu nem imaginava que estava acontecendo, comecei a pensar na psicologia de uma forma diferente. Reativei meu CRP, fui atrás de alguns profissionais, mas sinceramente nem sabia por onde começar.
Veio a pandemia, eu peguei firme nos meus cursos online, lives, e no fundo exerci minha profissão de uma forma que eu nem imaginaria, através da arte!
Neste ano, tive uma epifania, revi um anjo em minha vida e decidi fazer Arteterapia! E isso me libertou!
Eu vou tentar explicar, mas não sei se conseguirei: É como se eu sempre fosse pelo caminho mais difícil. Como se eu visse a outra trilha, soubesse que deveria ir por ela, mas decidisse ir pela mais acidentada.
Depois que comecei a cuidar de mim, olhar para mim, fazer terapia, exercícios físicos, parece que a visão do todo foi mudando.
Hoje vejo possibilidades que antes eu não via.
Não sei onde tudo isso vai dar, mas me sinto no caminho certo. Olho para mim e para os outros com amor, me respeito e sou fiel a meus princípios.
Esta é a liberdade que citei no subtítulo deste artigo. Me sinto livre e realizada neste caminho. Sei que ainda tenho tanto o que aprender e buscar, mas sentindo esta liberdade dentro do que escolhi, é animador!
Você se acolhe? Como se sente com relação ao que escrevi aqui hoje?
Me conta, clicando no botão verde abaixo! Amo nossas trocas!
O mais instigante é saber que a vida é um eterno caminhar, se conhecer, evoluir.
Nada é para sempre, nada é estático. Por mais taurina que eu seja, gosto desta parte. Não curto estacionar.
Estou sempre em busca de novidades e hoje tento entender o que me faz bem, e me alimentar disso. Por isso amo meus rolês!
Por falar neste assunto, esta semana teve até collab com o
, e tem um post lindo, feito pela querida Alana, com as imagens que fiz na semana passada, no Edifício Virgínia. Confere no meu insta Vero no Role, clicando aqui. Aproveita e me segue por lá, é muito amor envolvido!Hoje fui conferir uma nova exposição no Paço das Artes, em Higienópolis.
Nós, Arte e Ciência por Mulheres, busca mostrar o valor da mulher. Tantas mulheres que existiram e existem, e são responsáveis por milhares de descobertas e avanços, tanto na ciência quanto na arte, e que muitas vezes tiveram seus nomes e feitos escondidos, ocultados, para que homens fossem aplaudidos.
Seguem partes do texto do Estúdio M´Baraká:
“Conhecer a história das mulheres na ciência muda a todes porque significa conhecer também os descaminhos, as ausências e os silenciamentos.
Desenvolvido por muitas mulheres. o projeto, que também tem um teor de denúncia, entrelaçou teorias e áreas do saber. Indo da história das ciências aos marcos do feminismo e às revoluções sociais, confirmamos a já popular frase: Lugar de mulher é onde ela quiser.”
A exposição é gratuita e vale muito a visita! Reserve um tempo para ler os textos e observar tantas e tantas lindas imagens. São histórias inspiradores, de mulheres que provocaram e continuam provocando mudanças. Mulheres que não se intimidaram.
Confere tudo aqui.
Estou muito feliz, pois recebi relatos de alguns leitores que foram a alguns rolês que recomendei aqui, e adoraram!
Fico muito feliz com nossa troca!!! Obrigada ♥
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Beijos e até a semana que vem!
Se tiver sugestão de tema, me manda! Amo muito tudo isso!
Vero Kraemer ♥
Às vezes sinto que caio nesse círculo vicioso de só acolher os outros e esqueço de me acolher também. Ótima reflexão! Tocou fundo aqui <3