#10 Lugares inusitados
Um edifício incrível no centro de São Paulo, instalações inusitadas, questionamentos, e como nos tornamos formiguinhas
Desde a semana passada, está rolando aqui em São Paulo a Design Weekend, que termina hoje. Contei um pouco pra vocês na semana passada, e ontem fui conhecer lugares que eu nem imaginava que existiam! Vou contar sobre o mais impactante agora, especialmente porque quem está em São Paulo pode conhecer até dia 26/03, mais conhecido como final de semana que vem! E vale muito à pena!
Na semana passada, contei que fui visitar a querida Ju Amora na Galeria Metrópole. Ela me disse para ir conhecer o Edifício Virgínia, bem pertinho de lá, pois está rolando uma mostra, que na verdade são várias instalações que ocupam 3 andares do prédio. O nome da mostra é “Quanto tempo temos”.
O edifício Virgínia, que tem mais de 70 anos, ficou por muito tempo esquecido, abandonado, até que foi adquirido pela Somauma (confere aqui), uma incorporadora que se preocupa com a preservação da memória dos imóveis. Ela irá realizar o retrofit do Edifício.
Também vi, no domingo, um post da querida Pri, que tem o insta Rueira Paulistana (confere aqui), e aí sim que fiquei com vontade de conferir tudo!
O que eu não imaginava era tudo que eu veria nos 3 andares de instalações, com dezenas de trabalhos incríveis!!! Estou até agora em estado de graça, pensativa, e confesso que sonhei muito esta noite. Sonhos com a casa atelier que tive na Delfina, com pessoas que nunca mais vi, e com amigas fazendo experiências, como um drink que levaria iogurte e vinho, e que seria bebido em saboneteiras! Acho que me inspirei!
O que mais me impressionou foram as obras feitas com reutilização de materiais, como gavetas, janelas, portas, ou seja, objetos que a gente encontra jogados na rua, em caçambas, e que são descartados porque as pessoas querem coisas novas, e tudo que é antigo/velho acaba sendo considerado lixo.
Eu trabalho com isso, muito antes de toda esta questão de sustentabilidade virar, para muitos, moda, e o que é politicamente correto. Sempre gostei, mesmo antes de ter um atelier, de pintar móveis, ao invés de trocar, de objetos antigos, que podem ser utilizados de outra forma, e há mais de 20 anos transformo janelas em espelhos lindos, portas antigas em biombos, caixotes em estantes, pallets em sofás, entre tantas outras artes que já fiz!
No meu canal tem muitas aulas onde ensino o que faço (confere aqui), e no meu insta tem muitas e muitas artes (confere aqui).
Voltando à mostra, eu pirei, e muito!
Deixo algumas imagens aqui, mas postarei muito mais no meu insta Vero no Role (confere e já segue, aqui). Acho que nunca documentei tanto um passeio, então tenho muito o que mostrar!
O mais interessante desta mostra é a questão de podermos ver o prédio, toda sua estrutura e elementos: um piso lindo de tacos de madeira, original, que será preservado (eu ouvi um Amém?), paredes em alguns lugares descascadas, para que vejamos a estrutura sólida, de tijolos fortes e grossos, canos aparentes, armários, pias, ralos, tudo ainda ali, como eram usados originalmente.
Em todos os cômodos, as instalações, que questionam o mundo atual, onde apenas 9% do plástico é reaproveitado, e até quando conseguiremos viver assim.
Algumas instalações são perturbadores mesmo, causam aflição, outras tristeza, e outras nos divertem. Algumas são coloridas, alegres, e outras são poluídas, escuras.
Eu me senti uma criança explorando um mundo novo, por isso hoje escrevo sobre este lugar que me despertou tantos sentimentos, que se misturaram com memórias, e que de certa forma me transformaram.
Acredito que a transformação e o questionamento são a base de nosso crescimento e amadurecimento.
Estes artistas, os idealizadores desta mostra, são agentes de uma mudança que vem tomando corpo há muito tempo, mas que ali estava escancarada. Se você for de São Paulo, por favor arranje um tempo e vá! Eu vou voltar esta semana com umas alunas, porque mais gente precisa ver!!!
Espero que nosso tempo ainda seja suficiente para que a gente consiga mudar as coisas. Pode ser uma gaveta velha que virou um nicho, pode ser uma janela que virou porta retrato, é o valor que damos para o que existe, que foi construído por uma ou mais pessoas, e que utilizou recursos naturais. Não dá para descartar. Não dá para jogar fora. NÃO EXISTE FORA! A ressignificação é a atitude mais bela e nobre. Eu sei o prazer que dá transformar uma coisa “velha” em algo novo, e falo isso há mais de 20 anos, então não é por acaso, pra ser fofa, pra ser cool. Eu vivo isso.
O que vi ontem vai ecoar em mim, e espero que em todos que lerem meu artigo de hoje!
O Edifício Virgínia fica na R. Martins Fontes, 197, na República, em São Paulo. Confere mais informações aqui.
Quando comecei a postar minha arte na internet, era tudo mato por aqui. O ano era 2007, e eu fiz um blog lindo. Através dele, conheci pessoas bacanas, e as redes sociais foram mudando.
Desde que fiz o blog, pessoas que pensam como eu foram me acompanhando, assim como eu acompanho pessoas nas quais acredito, pessoas que admiro.
Tem gente que me escreve no insta e fala: Menina, te sigo desde seu blog, e agora te achei aqui!
Como ensino muito do que faço, e incentivo as pessoas a colocarem a mão na massa, fomos criando uma comunidade de pessoas que fazem, que transformam, que aprendem e ensinam.
Na pandemia, eu fazia lives quase todas as tardes, porque esta era uma forma de não pirar e ajudar os outros também. Comecei a comparar minha comunidade com formiguinhas, que trabalham juntas e estão unidas. Minha assinatura é uma formiguinha, e todos reconhecem minha arte por conta das formiguinhas.
Fiquei com vontade de falar sobre isso porque algumas pessoas perguntam, e porque ontem, no Edifício Virgínia, senti essa vibe formiguinhas, onde cada artista colabora, e a comunidade toda vibra e aparece, dando seu recado importante!
Eu não sei se me fiz entender, mas as palavras brotaram com sentimentos e imagens. É como se eu, mesmo acordada, ainda estivesse sonhando, impactada por tudo que vivi ontem.
O mundo precisa de nós! Seguimos juntos!!!
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A news é gratuita e eu estou amando escrever e trocar com você!!!
“Enxergar poesia na imperfeição é a conquista deste olhar empático sobre nós mesmos.” Confere Belezas Imperfeitas e Penha Vitor.
Um beijo e até a semana que vem
Vero Kraemer ♥
ótima news, sempre enriquecendo nosso conhecimento e cheio de novidades!!!
Fui aos 45 do segundo tempo no Edifício Virginia e saí encantada!