#08 Uma furadeira pra chamar de minha
A primeira vez que furei um cano, como me senti quando aprendi coisas que nunca imaginei que eu conseguiria fazer, e como a gente pode ir sempre mais longe do que imaginava.
Nesta semana, fui convidada pela querida Renata, dona da empresa General Iron Fittings (confere aqui), para escrever um texto ou gravar um vídeo falando algo sobre minha trajetória profissional, algo que incentive outras mulheres, pois em março é comemorado o Dia da Mulher.
Na hora, me veio a ideia de escrever também aqui na newsletter.
Como trabalho com artes há muitos anos, e já contei partes de minhas aventuras em alguns veículos, acho que todo mundo já sabe de tudo, e penso que tudo que aprendi está meio que subentendido.
Porém, quando conto algo para uma aluna, ou um cliente que vai ao atelier, vejo como é inspirador para a pessoa, e como pode acrescentar e transformar o pensamento do ouvinte.
Eu usava muito uma frase: Yes we can, que significa Sim, nós podemos, para me comunicar com as mulheres e homens que me seguem em meu YouTube (conheça aqui) e meu Instagram (conheça aqui). Este sentimento de empoderamento aparece quando fazemos coisas diferentes. Eu acho que a palavra empoderar virou uma modinha e começou a ser usada fora de contexto, mas aqui me parece ideal.
Voltamos agora para os anos 2000, quando eu tinha um atelier em Pinheiros, havia recém me separado, e me sentia a pior das criaturas.
Meu ex era meu sócio, e dizia que eu “só sabia” pintar vasos, e que iria falir em menos de 6 meses. Aquelas coisas que a gente passa e nem sabe como sobrevive.
Na verdade, ele estava muito bravo porque um de nossos melhores colaboradores decidira trabalhar comigo, e não com ele. Mas é claro que o que ele disse me pegou, me entristeceu, me diminuiu demais.
O que ele não imaginava, e nem eu, é que tudo aquilo me motivaria a não desistir, nem nos piores momentos. Pode ter sido horrível, mas aquilo me fez crescer e saber o que eu não queria para minha vida, e me motivou a aprender mais e mais.
Me lembro como se fosse hoje, o dia em que Gabriel, um amigo, me ensinou a cortar as barras de madeira e montar uma moldura para um espelho.
A emoção ao apertar o botão de ligar da enorme serra (ela era gigante para mim), a concentração ao medir com a trena, para não errar nem um milímetro, o receio de colocar a barra no lugar do corte, escutar o barulhão da serra e descê-la com cuidado. A aflição da serra tocando na madeira e a alegria de vê-la cortando certinho, e depois de todas as barras se encaixando e formando a moldura.
Naquele dia eu virei outra Vero. Naquele dia eu comecei a ver o poder que eu já tinha!!!
Também me lembro da primeira vez que usei a serra tico tico, e senti seu trepidar cortando um pedaço de compensado.
Quando terminei, o que pareceu ter durado dias, aquele círculo tímido de madeira, onde eu faria um mosaico, sorriu para mim. Nunca mais parei, e até hoje, quando uso minha serra, todos estes fragmentos se unem em mim, mostrando que venci etapas, que cresci e amadureci.
Tenho um vídeo onde ensino as pessoas a usarem esta serra, e você nem imagina o tanto de pessoas, especialmente mulheres, que me agradecem, e que agora usarão a serra que compraram e nunca tiveram coragem de usar. Confere aqui.
Mas como nem tudo na vida é glamour, corta pra 2009, já no atelier da Delfina.
Eu estava reformando o lavabo, tirei todo o papel de parede jogando água quente por cima, pintei, e fui fazer um furo para pendurar nem me lembro o que em um cantinho.
Meu pai me emprestou sua furadeira, pois eu não tinha ainda, e fui fazer o furo. Em um certo momento, a broca parou de furar. Eu, bem taurina teimosa que sou, falei: Esta broca não vai me derrotar. Fui lá e peguei outra broca. Nesta época, eu nem sabia a diferença entre brocas, nada disso. Furei tanto que furei o cano.
A água começou a escorrer!!! Meu desespero foi tão grande que eu só chorei. Liguei pro meu pai, e por sorte minha a vizinha estava em reforma e o pedreiro dela foi lá. Ele disse que teríamos que esperar a caixa esvaziar para reparar ou trocar o cano. No dia seguinte, ele conseguiu reparar o cano.
Este fato não me parou, mas me ensinou que precisamos pensar, nos informar, antes de fazer o que não sabemos.
Estou contando estes “causos” porque sei que podem realmente incentivar pessoas que têm medo de colocar a mão na massa.
Depois disso, já fiz piso, já descasquei parede e deixei no tijolinho, já pintei muitos ambientes, e continuo fazendo de tudo.
Dá uma olhada aqui.
Eu era aquela pessoa que acreditava que não conseguiria fazer algumas coisas. Em casa, era minha irmã que instalava tudo. Só vi meu poder e entendi quem eu começava a ser quando me separei e me vi sozinha, sendo chamada até de “lixo” pelo meu ex.
Hoje em dia, quando quero fazer algo, e aqui não falo apenas de reformas físicas, mas de estudar, de aprender, de tudo, eu vou atrás.
Sei que pode parecer impossível até, mas eu vou atrás e vejo se é pra mim, e daí eu faço curso, eu assisto vídeos, eu falo aulas, eu aprendo. Foi assim com o marketing digital, na pandemia, e agora fico muito feliz em te contar que sou a mais nova futura aluna de uma pós em arteterapia, e começo em abril! Estudando aos cinquenta! Quem diria, dona Veronica!
Eu gostei muito de contar um pouco deste meu passado para você, e te peço para compartilhar, se se sentir à vontade, algo que te fez crescer e te dar poder! Em qualquer área! Me conta!
Sei que pensei neste texto por conta do Dia da Mulher, mas tudo que passei serve para mulheres e homens.
Foi um breve resumo de vários altos e baixos, e de tantas coisas que aprendi tendo uma empresa/atelier onde tenho que tomar as decisões e aprender algo novo todos os dias.
Eu amo estes desafios, os aprendizados, e tem muita gente que diz que prefere trabalhar com carteira assinada, com o salário garantido, que não conseguiria viver como eu vivo. Ter uma empresa é ter um órgão vivo que depende de ti e que se sustenta a partir de ti.
É uma loucura boa e realmente muito desafiadora, e podemos falar mais sobre isso, caso você tenha interesse. É tanta coisa para fazer e falar, e eu sempre penso em meu livro.
Sabia que um de meus sonhos é escrever um livro? Não sossegarei enquanto não o fizer. Enquanto isso, sigo trabalhando, vivendo e escrevendo.
Eu amei escrever este texto, e espero que possa te inspirar, não só para colocar a mão na massa, quanto para viver a vida que é sua, e somente sua.
Para finalizar, gostaria de indicar novamente uma experiência transformadora, sobre a qual já falei aqui, o Diálogo no Escuro (confere aqui), que está em cartaz na Unibes Cultural, ao lado do Metrô Sumaré.
Eu fui de novo ontem, e tem tudo a ver com o que falei por aqui hoje: Trabalhar o medo do desconhecido. A “aventura” é feita totalmente no escuro, com uma pessoa que guia o grupo. Muitas surpresas, aprendizados, mas não vou dar spoiler não. É uma vivência impactante e transformadora!
Eu fui na abertura e contei por aqui, e ontem levei algumas alunas, que ficaram impactadas como eu.
O que mais me impressionou ontem foi quando o guia Ed, no final da experiência, disse que sempre podemos ir mais longe. Que cada pessoa tem suas metas e obstáculos, e que todas são capazes. Tudo isso dentro de um contexto, mas que serve para a vida!
Sobre meus passeios, confira tudo no meu insta Vero no Rolê (confere aqui).
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Um beijão e até a próxima!
Vero Kraemer ♥
Vero, você é demais! Amo sua energia criativa- amorosa! Acho que você vai ser muito feliz na arteterapia também! Abraço carinhoso
Show!!!
Adorei os relatos e experiências!!!
Força de vontade e coragem, parabéns!
Guerreira!!!