#03 Uma carta para mim e para você

Quando a psicologia voltou para minha vida, e uma exposição falou comigo. Falando nisso, mais exposições para você ir e desfrutar!!! Apenas abra esta news com o coração aberto ♥

É preciso saber escutar

Na semana passada, fui a uma exposição linda, tocante: Nise da Silveira: A revolução pelo afeto , no Sesc Belenzinho.

Fiz um post no meu insta @veronorole, que você acessa clicando aqui. Se você não me acompanha por lá, sugiro que o faça, pois estou com a cabeça fervilhando de conteúdos incríveis!!!

Voltei emocionada e escrevi um texto que compartilho aqui!

Hoje fui conferir a tão aguardada exposição sobre o trabalho da psiquiatra Nise da Silveira.

Muitos de vocês talvez não saibam, mas sou psicóloga, formada pela USP, no ano de 1996.

Exerci a profissão por alguns anos, mas em 1999, em uma grande reviravolta da vida, quando fiquei sem nenhum paciente, me vi “obrigada” a procurar novas fontes de renda.

Eu trabalhava como Acompanhante Terapêutica, ou seja, acompanhava pacientes em seu dia a dia. Antes disso, fiz aprimoramento no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Itapeva, e trabalhei com saúde mental.

Eu amava trabalhar ali, e adorava a vida aventureira. Nunca quis ter um consultório com “gente como eu”. Eu queria a complexidade, a profundidade.

Com meus pacientes, costumava pintar, cozinhar, fazer teatro. Eles falavam que eu era Terapeuta Ocupacional, e não psicóloga.

Depois de muito tempo entendi o que eles estavam me falando.

Depois de muito tempo, agora em 2023, a psicologia volta para mim como algo que estava esperando meu amadurecimento pessoal, e não somente profissional.

Voltando a 1999, a paciente que eu acompanhava todos os dias, Leila, foi internada, e eu senti um imenso vazio, uma impotência, e não quis mais “ser” psicóloga.

Eu tinha um companheiro, músico, que também estava mais pra lá do que pra cá, e juntos resolvemos comprar vasos, pintar e vender na rua.

Foi assim que comecei meu atelier! Mas esta história não é a que contarei hoje!

Hoje vou falar sobre a Veronica que, há mais de três anos, pensa em voltar a exercer a psicologia.

Sou uma taurina da gema, e quando tenho decisões importantes, elas demoram para maturar. Isso faz parte de mim, é quando dou tempo ao tempo, quando me permito pensar, mostrar ao universo, e junto com ele, perceber os momentos certos.

Não tenho pressa. Pressa eu tenho para materializar minhas criações artísticas, porque quando imagino algo pronto, quero logo realizar!

Eu percebi que tudo que faço envolve a psicologia, de um jeito ou de outro, especialmente em minhas aulas de artes. Quantas alunas e alunos pelo atelier passaram, e outros tantos de forma virtual, em lives ou cursos online, e me disseram o bem que a arte lhes fez! Alguns, bem especificamente, falaram que o que faço é arte terapia, que eu sou psicóloga, e que deveria explorar mais a psicologia na arte.

Depois de tudo que passamos com a COVID, o fica em casa, as inúmeras lives que fiz, e os alunos presenciais que recebi, a psicóloga Veronica acordou e cresceu em mim, mas na verdade percebi que ela sempre esteve lá. Eu que tinha medo de sua grandeza, eu não estava pronta. Agora estou!

Ir à exposição Nise – A Revolução Pelo Afeto mexeu demais comigo. Hoje eu escutei o universo cantando: Vai Vero, você está pronta!

Nise fez medicina em uma época que nenhuma mulher fazia. Ela foi a única aluna da classe. Que mulher forte e determinada!

De acordo com o Wikipédia: “Reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria, revolucionou o tratamento mental no Brasil. Foi aluna de Carl Jung.^[1][2]

Dedicou sua vida ao trabalho com doentes mentais, manifestando-se radicalmente contra as formas que julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia. Nise ainda foi pioneira ao enxergar o valor terapêutico da interação de pacientes com animais.^[3]”

Nise foi trabalhar em um hospício no bairro de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro.

Ela usava a arte como expressão do inconsciente, e questionava a psiquiatria dos remédios.

Lá, fundou o Museu do Inconsciente, com milhares de obras criadas por seus pacientes.

Me identifiquei TANTO , e me emocionei demais hoje.

Me lembrei de quando trabalhei no CAPS, de meus pacientes, das nossas pinturas, passeios, me lembrei de alunas que tenho que levar na mostra, e tudo parece que fez um sentido maior.

Pensei que não posso mais não fazer o que eu nasci para fazer. Sabe quando as nascentes seguem seus caminhos , e desembocam no mar? Hoje eu sou o oceano.

Talvez eu tenha tido medo de errar, medo de arriscar, mas acredito que me faltava a segurança que só a maturidade traz.

Pensei em compartilhar porque voltei a escrever assim também, com uma vontade que ficou represada por um tempo.

Compartilho com você que está aqui, e espero que seja útil de alguma forma!

Que saudades que estava de meus textões, feliz em voltar a escrever!

As exposições de hoje

São Paulo anda uma loucura de rolês, nem tem como fazer tudo, mas procuro escolher por afinidade, obviamente, pelo lugar e pelo que vejo sobre no instagram.

1 - Nise da Silveira no Sesc Belenzinho. Gratuita, vai até 26/03/23.

Confere tudo aqui e só vá, sem pestanejar! Meu post sobre ela está aqui.

2 - A Parábola do Progresso, no Sesc Pompéia. Fui hoje e fiquei encantada! Vai até 2/04/23, é gratuita, e você fica sabendo mais aqui.

3 - Marcela Cantuária: Propostas de Reencantamento, no Sesc Pompéia. Uma exposição sensível, tocante, e VAI SOMENTE ATÉ AMANHÃ!

Conheça mais sobre esta artista incrível aqui! Eu amei e a conheci pessoalmente hoje! Foi demais!

Por hoje é só…

Só, como assim Vero? Sei que escrevo e quero provocar reflexões, e isto me move.

Gosto quando você coloca aqui sua visão, o que tocou, enfim… Sinto que estamos construindo juntos um espaço gostoso de troca, acolhimento e reconhecimento.

Obrigada! Do fundo do meu coração!

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Beijos e até a próxima!

Vero Kraemer ♥

P.S. Caiu de paraquedas e ainda não assinou minha news? Bora!

Agora sim, beijos e até mais ♥♥♥